sábado, 15 de outubro de 2011

A Ressurreição Uruguaia

A Copa América foi a primeira competição oficial de seleções que reunia as equipes sul-americanas, com sua primeira edição em 1916, catorze anos antes da primeira Copa do Mundo. Por isso possui um significado tão importante para seus torcedores (assim como os campeonatos estaduais têm para os brasileiros) - mais por uma questão de vanguarda, de “mandar na casa”, do que propriamente de relevância para o futebol mundial.

Na primeira edição, ocorrida na Argentina, participaram apenas três equipes além da anfitriã – Brasil, Chile e Uruguai. O torneio foi disputado em fase única e pontos corridos com o grupo formado pelas quatro equipes, todos se enfrentando. Com duas vitórias e um empate, contra a Argentina (que venceu o Chile e empatou com o Brasil), os uruguaios ficaram com o primeiro campeonato. Ao longo da história, o torneio foi disputado acirradamente por estas duas grandes forças, e o Brasil corria por fora.

Em verdade, o Brasil somente foi soberano no quesito Copa América nas duas últimas décadas, quando venceu cinco dos dez certames. Nesta conta de soberania descartamos as Copas do Mundo (no período em que os brasileiros foram tricampeões mundiais, esqueceram-se da Copa América – ficaram sem vence-la entre 1949 e 89, deixando o palco livre para os vizinhos e rivais platinos). Enquanto o Brasil comemorava seu 8º título em 2007, argentinos e uruguaios já tinham comemorado o 14º (93 e 95, respectivamente).

O Uruguai, por outro lado, estava imerso em marasmo há muitos anos, e suas glórias no futebol desde 1950 não passaram de algumas Copas regionais, conquistadas mais pelo acaso do que por uma grande geração de atletas. O torneio da Conmebol, inclusive, é especialista em ressignificar favoritismo, já grandes gerações de atletas não são acostumadas a conquistar este torneio – jejum brasileiro nas décadas de 60 e 70 e argentino na de 80).

Em 2011, porém, os uruguaios certamente sentiram um forte clima de nostalgia. Outra vez o torneio aconteceu na Argentina, mas aquele jogo decisivo contra os anfitriões ficou por conta das quartas-de-final (até porque o torneio cresceu e agora o disputam doze equipes, dentre sul-americanas e convidadas). Os dois estavam empatados em número de títulos e já completavam quinze anos sem conquistas. A boa chance era da Argentina, que além de ser anfitriã ainda tinha Messi, melhor jogador do mundo – enquanto o Uruguai tentava se levantar no cenário futebolístico depois de um honroso 4º lugar na Copa de 2010 e ter Diego Forlán (31 anos) eleito o melhor do torneio. Depois de um empate tenso em 1x1, Carlos Tévez desperdiçou a sua cobrança de pênalti e eliminou os argentinos da competição, colocando os uruguaios para enfrentar os peruanos na semi-final.

A partir daí os uruguaios voaram e fizeram 2x0 no Peru (dois gols de Luis Suárez) e um consistente 3x0 na final contra os paraguaios (mais um de Suárez e dois de Forlán). A celeste novamente abriu vantagem contra os argentinos ao conquistarem seu 15º título da Copa América, e assim como 95 anos antes, na casa do arqui-rival.


 

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Patch Espanha 2011 - Elifoot 98

Sempre quase um mês depois do último patch, chegou o Campeonato Espanhol.
Como eu estava com preguiça de zipar e upar logo, acabei adiantando já algumas equipes do Campeonato Alemão também, além de acrescentar uns bônus (cordeirinhos lvl 1 rs) nas divisões inferiores de Inglaterra e Itália. A nacionalização de jogadores infelizmente continua, já com os clubes não economizam com os gringos. Ao menos as atualizações já estão se aproximando do jogo original, que tem 281 equipas.


Tenho feito e jogado um pouco as ligas que ficam jogáveis e tento ir fazendo as correções. Por favor, se alguém notar algum erro de digitação ou alguma falha muito grotesca, avise!
Já está rolando de jogar em 4 ligas diferentes - em breve o Campeonato Alemão também rola.

+ 45 equipes da Espanha (BBVA, Adelante e os melhores colocados da Segunda División)
+ 7 equipes da Inglaterra (melhores colocados da Division Two)
+ 8 equipes da Itália (melhores colocados da Serie C1)
+ 9 equipes da Alemanha (Bundesliga)
= 255 equipes no total

Para instalar o patch basta substituir a pasta "equipas" da pasta original onde está instalado o seu Elifoot Atualizado. As equipes antigas serão atualizadas e as novas serão acrescidas.


Baixar Patch Espanha 2011! - Elifoot 98


Deixem sugestões na caixinha, nem que seja pra mudar uma letra do nome de alguém! rs

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Patch Itália 2011 - Elifoot 98

A saga continua. Chegou a vez da Itália.
Dessa vez o problema com as cores ficou um pouco maior - algumas equipes com combinações esdrúxulas (que dificultam a visualização na hora de jogar, como azul claro e branco para Lazio e Napoli) e o peculiar rosa da Palermo. Além disso, assim como na Inglaterra, boa parte dos estrangeiros teve que ser "nacionalizado", já que para minha surpresa, até a segundona italiana tem forte presença deles. Cheguei a um padrão, mais ou menos: sul-americanos em geral tornam-se espanhóis; brasileiros em portugueses; africanos em franceses ou belgas; leste-europeu em grego; islandês ou norueguês em sueco, finlandês ou dinamarquês; americano, australiano ou neozelandes em norte-irlandês.


Acabei não fazendo grandes alterações nos outros clubes, apenas acrescentei os italianos. Jogando, não identifiquei muitos problemas no Patch Inglês - a grande diferença é que com a quantidade de estrangeiros, se tornou bem barato montar um bom time. O problema é que os nacionais inflacionaram legal. O patch agora já conta com três ligas jogáveis.

+ 42 equipes da Itália (Serie A e B)
= 189 equipes

Para instalar o patch basta substituir a pasta "equipas" da pasta original onde está instalado o seu Elifoot Atualizado. As equipes antigas serão atualizadas e as novas serão acrescidas.




Aproveitem! E façam sugestões =]
Opiniões contrárias sempre ajudam a construir algo mais justo.

sábado, 21 de maio de 2011

Patch Inglaterra 2011 - Elifoot 98

Confesso que ultimamente tenho conseguido jogar um pouco de FM, mas a empolgação das temporadas em 20 minutos e os ainda constantes pequenos intervalos em casa me incentivaram a continuar produzindo os patchezinhos atualizados. Como a temporada está acabando na Europa, os times começarão a se modificar muito - mas conforme os jogadores forem se transferindo, tentarei manter os clubes já criados atualizados.

Para isso, chegou a vez da Inglaterra. Deu até dó mudar as cores esdrúxulas originais de alguns clubes (Bolton, Norwich, Swindon Town..) mas a nostalgia de os estar "reencontrando" valeu a pena. Ainda dei uma corrigida em alguns bugs que ficaram do Brasileirão, um ou outro nome que saiu errado.

+ 66 equipes da Inglaterra (Premier League, Championship e Division One)
+ 2 equipes do País de Gales (Cardiff City e Swansea City)
+ 11 equipes do Brasil (destaques nos estaduais e outros clássicos: Santa Cruz, Remo, Tuna Luso, CSA, Treze, Ferroviario-CE, Anapolina, Guarany de Sobral, Sampaio Corrêa, Cianorte e Bahia de Feira)
§ Ceará foi para a 2ª Divisão
§ América-MG foi para a 3ª Divisão


Vale lembrar que os clubes de Gales que acrescentei disputaram o Championship (2ª divisão inglesa) nesta temporada de 2010/11. O Swansea City enfrentará o Reading pela final dos playoffs pea última vaga na Premier League (QPR e Norwich já garantiram as suas, como campeão e vice).

Não se incomodem com a nacionalidade de alguns jogadores. A quantidade de estrangeiros nos clubes ingleses é muito grande e só deu pra respeitar mesmo nas divisões inferiores - praticamente todos os grandes clubes (da Premier até a metade superior do Championship) tem mais do que cinco estrangeiros fora da Lei Bosman em seus elencos.

Para instalar o patch basta substituir a pasta "equipas" da pasta original onde está instalado o seu Elifoot Atualizado. As equipes antigas serão atualizadas e as novas serão acrescidas.


quinta-feira, 28 de abril de 2011

Elifoot 98 - Atualizado 2011

O Mesa de Copa continua muito parado. Aproveitando o marasmo (principalmente pela vida corrida e pela impossibilidade de jogar FM - por isso o Elifoot tem voltado cada vez mais ao meu cotidiano), trago neste post nada mais nada menos que um patch atualizado na temporada 2011 da nossa querida e confortável (e muito veloz) versão de 98 do Elifoot.


Neste patch inicial há 62 equipes brasileiras, da Série A até a Série D. Além disso, ainda contamos com as grandes equipes européias (Manchester United, Chelsea, Arsenal, Barcelona, Real Madrid, Internazionale, Milan, Bayern, Lyon, Benfica e Porto), só pra dar uma variada e você não ficar preso apenas a jogar com equipes de um só país - enquanto os outros patches não ficam prontos.
A ressalva é que como o Elifoot tem a leizinha Bosman, fiquei um pouco sem saber o que fazer com a quantidade de estrangeiros que alguns clubes tinham (principalmente na Inter e Chelsea), então tive que 'nacionaliza-los' (alguns brasileiros viraram portugueses, africanos viraram franceses, e por aí vai).




Em breve virão outras atualizações, trazendo já a possibilidade de jogar campeonatos europeus!

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

King Ferguson x Shrooney

Não é a primeira vez que a estrela de uma equipe se desentende com seu treinador, nem com Sir Alex Ferguson (lembramos facilmente dos casos de Beckham, van Nistelrooy ou Tevez). Também não era de se esperar que o treinador do Manchester United e o atacante Wayne Rooney tivessem uma eterna relação de bom entendimento e que o atleta fosse realmente se tornar um ídolo eterno do clube tão facilmente. Nenhum dos dois tem personalidade fácil de lidar e de certa forma se sentem um pouco 'donos do time'. A diferença é que Rooney está no United desde 2004 e Ferguson, desde 1986 (o que nos deixa numa situação fácil de perceber quem seria o verdadeiro 'dono do time'). Contrariado quanto a uma declaração de seu chefe de que ainda estaria lesionado, Rooney o desmentiu e ainda afirmou que gostaria de deixar o clube.


Em explicações de Ferguson, o treinador pretendia dar mais tempo para Rooney retornar de sua lesão (já que ainda apresentava sintomas quando ia a campo - e consequentemente não rendia) e poder pegar ritmo de jogo jogando pela Inglaterra ao invés de suportar a pesada carga de jogos dos clubes ingleses. O atleta reclamou que não está mais machucado e que deveria ser titular - como deveria ser em qualquer equipe. Treinadores de todo o mundo - principalmente de grandes clubes que seriam capazes de efetuar a contratação - comentaram a situação, mas nenhum deles quis alimentar a situação (escolhendo um lado específico, como foi o caso de Neymar e Dorival) e acreditam que o atleta se mantêm no clube, apostando que Ferguson nem a diretoria seriam loucos de perder um atacante como ele. Mesmo com essas opiniões de Ancelotti e Wenger (Chelsea e Arsenal) e ainda que Rooney deixe o United, creio que a possibilidade de continuar na Inglaterra seria muito pequena, ainda mais se o destino for o Manchester City (caso contrário, jogaria pela janela de vez a chance de se tornar um marco no clube). Este rival dos Red Devils, inclusive, tem plena noção da dificuldade que seria tirar Rooney do rival e usa o episódio Tevez como um desestabilizador para a situação, declarando abertamente que gostaria de contar com o jogador o quanto antes. Além deles, Mourinho também comentou o caso (já que o Real Madrid sempre está interessado em todos os atletas 'disponíveis' no mercado), mas sua opinião não diferiu muito dos treinadores ingleses.

A verdade é que Ferguson foi no Everton buscar Rooney, efetuou uma das mais importantes contratações da história do clube e o colocou como um dos principais atacantes do planeta. Não só o Manchester e seus colegas, mas principalmente Ferguson. Rooney tem enfrentado um bruto inferno astral desde a Copa do Mundo e é muito mais fácil adimitir que está em péssima forma por conta de uma lesão do que por qualquer outro motivo (ainda mais os escândalos extra-campo que tem se envolvido, mesmo que superlativizados pela tabloidíssima imprensa inglesa). Com o futebol que o atacante vem demonstrado essa temporada, tem valido mais a pena manter Javier Hernandez com Dimitar Berbatov no ataque do que insistir com Rooney, até que tome vergonha na cara e volte a apresentar o futebol de um dos melhores atacantes em atividade. Moral da história: Quando Ferguson assumiu o Manchester United, Rooney completava um ano de idade. Cabeça-dura ou não, Ferguson é unanimidade e na minha singela opinião, o maior treinador da atualidade. Shrek precisa se entender na fábula e perceber que existe um Rei para o Reino, mas que ainda não é ele.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Perspectiva - Adem Ljajic

O leste europeu tem sido uma figura representativa na revelação de jogadores no velho continente com a escassez de novos talentos nos grandes centros. A Sérvia, depois de tantas separações e perdas territoriais (e consequentemente atletas - casos antigos como Robert Prosinecki, Alen Boksic, Davor Suker e Robert Jarni na Copa de 90, todos croatas que disputaram o torneio pela Iugoslávia e em 98 pelo defendiam seu país já independente) continua colocando novos atletas com técnica apurada no mercado, demonstrando maturidade esportiva (apesar da liga nacional fraca) e independendo-se nesse aspecto de suas ex-repúblicas, que reduziram grosseiramente seu número de revelações.

(Os links são de vídeos de Ljajic jogando antes da maioridade)

Do Partizan Belgrado, atual tricampeão sérvio, saiu o meia Adem Ljajic, que teve certa responsabilidade pela atual boa fase do alvinegro (segunda força no futebol nacional, com 22 titulos nacionais contra 25 do Crvena Zvezda - ou Red Star). O garoto de 19 anos nasceu em Novi Pazar, na própria Sérvia, aos 15 anos assinou contrato com a equipe e já era convocado pelas seleções de base de seu país (disputou a Euro sub-17 2008). Quando mais jovem sua função era fazer a meia direita mas aos poucos começou a atuar do meio para o ataque, as vezes funcionando como 'winger'. Pouco antes de completar 17 anos, transferiu-se junto a Zoran Tosic ao Manchester United, mas não foi bem aproveitado e retornou ao seu país de origem. Aos 17, Ljajic estreou pelo time profissional do Partizan e, apesar de ter participado de jogos importantes (dois pela UCL e três pela Europa League), não impressionou muito e nem teve tanto tempo pra isso.

(Gols de Ljajic pelo Partizan Belgrado na temporada 2008/09)

Ljajic é aquele tipo de jogador 'liso'. Apesar de não apresentar fintas desconcertantes e dribles fugazes, ele tem excelente domínio de bola, a protege bem e tem uma potente arrancada, o que lhe é uma boa vantagem contra os marcadores (ainda mais jogando no campeonato sérvio). Além disso, possui também características de um meia clássico, como precisão em cobranças de bolas paradas, bons remates de fora da área e passes no contrapé da defesa. Trata-se de um jogador fisicamente rentável e de bastante inteligência prática, em alguns momentos chega a lembrar Kaká. Na última temporada (09/10), Ljajic disputou sua primeira metade pelo Partizan, participou de dez jogos pela liga sérvia e cinco pela Europa League e anotou seis gols. No início do ano (de 2010, metade da temporada) transferiu-se para a Fiorentina, onde jogou apenas nove partidas, entrando como suplente em todas.


(Gol de Ljajic pela Fiorentina contra o Tottenham, em amistoso da pré-temporada 2010/11)

Nesta temporada, apesar de a Fiorentina passar por momento difícil na Serie A (17º colocado, 5 pontos em 6 jogos - 1 a mais que a Udinese, lanterna da competição) e não estar disputando nenhum torneio continental, o atleta vem conquistando mais espaço na equipe italiana, inclusive tendo assumido o posto de cobrador oficial de penalties (em uma equipe com Gilardino, Mutu, Montolivo, Jovetic e Marchionni). Este ano, disputou quatro das seis partidas da Viola na temporada (sendo três como titular), já tendo assinalado dois gols e colocado seus marcadores pra correr bastante. A Fiorentina agora só joga no dia 17/10, contra a Sampdoria, fora de casa; e provavelmente Ljajic estará em campo. Se dermos sorte, nossa querida TV aberta nos agraciará com o 'pleito'.

Adem Ljajic, sérvio, 19 anos, Fiorentina. Olho nele!

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Seleção alemã daria calafrios a Hitler

Neuer, Castro, Boateng, Tasci, Aogo, Pezzoni, Khedira, Marin, Ozil, Sukuta-Pasu e Podolski. Se não fosse por alguns destes jogadores, bem mais conhecidos, não se desconfiaria o que estes onze atletas têm em comum. Hitler teria calafrios ao ouvir o nome de algum deles sendo chamado para representar a seleção da Alemanha. A questão é que dentre os atletas citados, o único alemão mesmo é o goleiro Manuel Neuer, do Schalke. Todos os outros (aptos para jogar pela seleção alemã, alguns tendo disputado a Copa do Mundo deste ano, inclusive Neuer) têm menos de 25 anos e ascendência de outro país ou sequer nasceram na Alemanha.
(Hitler)

A posição de goleiro é a que menos tem essa ocorrência. Dos jovens do país, Rene Adler (Leverkusen) e Manuel Neuer (Schalke 04) saem na frente por serem os mais velhos e já terem sido titulares da seleção – 25 e 24 anos. Os mais jovens a aspirarem a camisa 1 alemã são Sven Ulreich (Stuttgart) e Ralf Fährmann (Frankfurt), ambos de 22 anos. Da nova geração, nenhum teria sido enviado a campos de concentração.

As laterais, por outro lado, foram completamente invadidas por estrangeiros. Na direita, temos Gonzalo Castro (ascendência espanhola – 23 anos) e Daniel Schwaab (22), do Leverkusen, e o russo Andreas Beck (23), do Hoffenheim. Na esquerda, o principal destaque é o polonês Sebastian Boenisch (23), do Werder Bremen, apesar de Dennis Aogo (ascendência nigeriana – 21 anos), do Hamburg, ter sido reserva na Copa do Mundo 2010. Buscando até entre os mais jovens, um dos destaques da posição é o russo Konstantin Rausch, de 20 anos, do Hannover. Nesta posição já teríamos dois comunistas, um judeu e um negro.

(Podolski e Klose, o ataque 'polemão')

Apesar de haver mais alemães entre os zagueiros, os de maior destaque seriam eliminados de primeira durante o regime nazista. Jerome Boateng (22), do Manchester City [ENG], é filho de ganeses (seu irmão defendeu Gana na Copa) e Serdar Tasci (24), do Stuttgart, tem ascendência turca. Um excelente alvo, visto que seus concorrentes seriam os alemães Matt Hummels (21), do Dortmund, Holger Badstuber (21), do Bayern, Benedikt Howedes (22), do Schalke 04 e Stefan Reinartz (21), do Leverkusen.

No meio-campo tivemos dois excelentes exemplos na Copa do Mundo, recém-contratados pelo Real Madrid. Sami Khedira (23 anos, ascendência tunisiana) dominou o meio-campo defensivo alemão e deu suporte para Schweinsteiger sair e jogar com Mesut Özil (21 anos, ascendência turca), o principal articulador da equipe. Pelos lados ainda temos Marko Marin (21 anos, bósnio), do Werder Bremen e os alemães do Bayern Thomas Muller (21) e Toni Kroos (20).

No ataque já chegamos praticamente a mais uma geração de estrangeiros. Para começar, o maior artilheiro em Copas da seleção alemã é polonês e não se vê desde a Copa do 98, com Oliver Bierhoff, um grande atacante alemão, mesmo. Enquanto essa primeira geração de estrangeiros se despede do ataque alemão (o polonês Miroslav Klose, o suíço Oliver Neuville, o nigeriano Gerald Asamoah, os brasileiros Kevin Kuranyi e Cacau), percebemos que a renovaçação já é a segunda geração, com Lukas Podolski (25 anos, polonês), do Colônia, e Mario Gómez (25, filho de espanhóis), do Bayern. Além deles, um ataque que tem sido constante nas categorias de base da seleção (apesar de não impressionar muito) é Richard Sukuta-Pasu (20), filho de congoleses, e Deniz Naki (21), de ascendência turca, ambos atletas do St. Pauli, recém-promovido a Bundesliga.

(Khedira, Boateng e Ozil)

Imaginar que poderíamos não ter tido Boateng, Khedira, Ozil, Podolski e Klose na Copa do Mundo (pelo menos não pela Alemanha) por conta de uma ‘verdade dominante’ chega a ser absurdo - para nós, no nosso tempo. Percebemos que os alemães continuaram a saber se defender, renovando eficientemente seus goleiros e ainda revelando um saudável número de bons zagueiros. Daí pra frente só se destacam Muller e Kroos, dentre inúmeros estrangeiros - e se a seleção nacional fosse depender somente dos alemães, teria uma equipe ofensivamente medíocre. Mesmo que a Alemanha continue não sendo mais só dos alemães, aceita-la composta por turcos, ganeses, congoleses e poloneses é propor uma nova miscigenação de culturas no futebol. A fórmula funcionou para Holanda e França formarem grandes equipes em um ano, um torneio, mas não para ganharem títulos de uma época. Com a tradição da seleção alemã nas costas, seria esse o verdadeiro início do futebol ‘brasileiro’ no Primeiro Mundo?