quarta-feira, 20 de outubro de 2010

King Ferguson x Shrooney

Não é a primeira vez que a estrela de uma equipe se desentende com seu treinador, nem com Sir Alex Ferguson (lembramos facilmente dos casos de Beckham, van Nistelrooy ou Tevez). Também não era de se esperar que o treinador do Manchester United e o atacante Wayne Rooney tivessem uma eterna relação de bom entendimento e que o atleta fosse realmente se tornar um ídolo eterno do clube tão facilmente. Nenhum dos dois tem personalidade fácil de lidar e de certa forma se sentem um pouco 'donos do time'. A diferença é que Rooney está no United desde 2004 e Ferguson, desde 1986 (o que nos deixa numa situação fácil de perceber quem seria o verdadeiro 'dono do time'). Contrariado quanto a uma declaração de seu chefe de que ainda estaria lesionado, Rooney o desmentiu e ainda afirmou que gostaria de deixar o clube.


Em explicações de Ferguson, o treinador pretendia dar mais tempo para Rooney retornar de sua lesão (já que ainda apresentava sintomas quando ia a campo - e consequentemente não rendia) e poder pegar ritmo de jogo jogando pela Inglaterra ao invés de suportar a pesada carga de jogos dos clubes ingleses. O atleta reclamou que não está mais machucado e que deveria ser titular - como deveria ser em qualquer equipe. Treinadores de todo o mundo - principalmente de grandes clubes que seriam capazes de efetuar a contratação - comentaram a situação, mas nenhum deles quis alimentar a situação (escolhendo um lado específico, como foi o caso de Neymar e Dorival) e acreditam que o atleta se mantêm no clube, apostando que Ferguson nem a diretoria seriam loucos de perder um atacante como ele. Mesmo com essas opiniões de Ancelotti e Wenger (Chelsea e Arsenal) e ainda que Rooney deixe o United, creio que a possibilidade de continuar na Inglaterra seria muito pequena, ainda mais se o destino for o Manchester City (caso contrário, jogaria pela janela de vez a chance de se tornar um marco no clube). Este rival dos Red Devils, inclusive, tem plena noção da dificuldade que seria tirar Rooney do rival e usa o episódio Tevez como um desestabilizador para a situação, declarando abertamente que gostaria de contar com o jogador o quanto antes. Além deles, Mourinho também comentou o caso (já que o Real Madrid sempre está interessado em todos os atletas 'disponíveis' no mercado), mas sua opinião não diferiu muito dos treinadores ingleses.

A verdade é que Ferguson foi no Everton buscar Rooney, efetuou uma das mais importantes contratações da história do clube e o colocou como um dos principais atacantes do planeta. Não só o Manchester e seus colegas, mas principalmente Ferguson. Rooney tem enfrentado um bruto inferno astral desde a Copa do Mundo e é muito mais fácil adimitir que está em péssima forma por conta de uma lesão do que por qualquer outro motivo (ainda mais os escândalos extra-campo que tem se envolvido, mesmo que superlativizados pela tabloidíssima imprensa inglesa). Com o futebol que o atacante vem demonstrado essa temporada, tem valido mais a pena manter Javier Hernandez com Dimitar Berbatov no ataque do que insistir com Rooney, até que tome vergonha na cara e volte a apresentar o futebol de um dos melhores atacantes em atividade. Moral da história: Quando Ferguson assumiu o Manchester United, Rooney completava um ano de idade. Cabeça-dura ou não, Ferguson é unanimidade e na minha singela opinião, o maior treinador da atualidade. Shrek precisa se entender na fábula e perceber que existe um Rei para o Reino, mas que ainda não é ele.

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